A educação musical, elemento relevante para o desenvolvimento dos educandos, só é possível de ser planejada e desenvolvida por graduados da área? A aprendizagem deve estar restrita a aspectos técnicos e sistemáticos ou englobar a universalidade da linguagem musical presente, independente da técnica, no cotidiano dos educandos?
A Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008, em vigência desde 2011, determina o ensino de música nas escolas da Educação Básica. A música passa a compor o componente curricular “Artes”, sendo obrigatória, porém não exclusiva. Desse modo, torna-se fator de valorização da multiculturalidade brasileira e excelente oportunidade para trabalhar a sociabilidade dentro e fora dos contextos educativos.
A partir de publicação de normas educacionais, assim como oportunidades de aprendizagem, desafios também aparecem. Teixeira (2013) aponta as lacunas relacionadas à aplicação da educação musical nas escolas brasileiras. Uma delas seria o desconhecimento por parte de alguns professores de elementos essenciais da música: som, melodia, ritmo, harmonia. Ademais, pontua a necessidade de articulação entre gestão e grupo docente no sentido de reconhecimento e participação cultural local.
E enquanto pedagog@s? Somos responsáveis por segmentos de docência (Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental) e a regência, em regra, na integralidade dos componentes curriculares são de nossa responsabilidade. Ou seja, precisamos ser capacitados a trabalhar a música e demais elementos das artes em nosso cotidiano profissional. Para isso, como proceder? Na prática, como aplicar a música em nossos processos de ensino-aprendizagem?
A própria legislação apresenta como caminho a possibilidade de se desenvolver oficinas multidisciplinares, desde que obedecidas às diversidades, especificidades de cada escola, assim como sua autonomia. Atividades envolvendo a inclusão da música é um caminho interessante. É possível, por exemplo, ao contar uma estória sobre animais da natureza, trabalhar sons emitidos pelos bichos e compará-los com os expedidos por instrumentos musicais – desenvolvendo o entendimento de som agudo e grave.
Pode-se, ainda, trabalhar ritmo e coordenação motora a partir do canto coletivo das conhecidas músicas do universo infantil. Só o repertório habitual? Não! É possível levar clássicos da música brasileira e adaptá-los ao nosso contexto. Insira na cantoria elementos presentes na música e os explore, por exemplo, com bolas, madeiras, brinquedos – produzindo sons com os próprios elementos e trabalhando ritmo, rima e coordenação motora, sociabilidade, sentimentos. Podemos, também, construir objetos sonoros a partir de sucata. Criar canções, misturar brincadeiras com músicas. São inúmeras as possibilidades.
O ideal seria termos na formação inicial em Pedagogia disciplina, obrigatória, a respeito da Educação Musical. Ainda assim, a formação continuada é inevitável, considerando a dinamicidade cultural e nossa diversidade social. A música está em tudo e podemos fazer dela um hábito na escola.
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Glauber Marinho
Pedagogo, graduado pela Universidade de Brasília (2006). Especialista em Docência Superior e Gestão de Pessoas. Analista Judiciário – Pedagogia do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. Possui experiência em Educação não – formal (Treinamento, desenvolvimento e educação em Escola Judicial, Assessoramento a magistrados nas temáticas: drogas, audiências de custódia e guarda). Formador certificado pela Escola Nacional de Formação de Magistrados. Professor e tutor em cursos preparatórios para concursos desde 2008.
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