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A Educação brasileira não avança, revela Pisa


O maior exame internacional para medir a qualidade de Educação indica que a Educação brasileira avançou muito pouco nos últimos anos. Nos testes aplicados em 2018 no âmbito do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, sigla em inglês), os estudantes brasileiros ficam com 413 pontos em leitura, 384 em matemática e 404 em ciências. Em relação exame anterior, realizado em 2015, essas notas subiram apenas três, cinco e dois pontos, respectivamente.


O Brasil caiu da 63ª para a 67ª colocação em Ciências e de 66ª para 71º em Matemática. Em Leitura, subiu da 59ª colocação para a 58ª. Na média geral, o país ficou em 63º lugar, muito atrás dos outros dois integrantes do Brics que participaram do teste, China (10º) e Rússia (28º).


O ranking do Pisa, que é aplicado a cada três anos, é liderado por quatro metrópoles e províncias chinesas (Pequim, Xangai, Jiangsu, Zhejiang) seguidas por Singapura, Macau (China) e Hong Kong (China). "Em muitos países asiáticos, a educação infantil é prioridade número um. Os professores recebem formação de qualidade e há grande investimento nos estabelecimentos em dificuldade", explica Éric Charbonnier, especialista em educação na OCDE.




O Brasil ficou abaixo da média de rendimento até mesmo entre os países da América Latina. Na região, o Chile é teve a melhor nota em Leitura (média 452) e Ciências (média 444), ao passo que o Uruguai liderou em Matemática (média 418).



"A performance média em matemática melhorou ao longo do período de 2003 a 2018, mas a maioria dessa melhoria foi nos primeiros anos (da década passada)", diz o relatório do Pisa sobre o Brasil. "Depois de 2009, em matemática, assim como em leitura e ciências, a performance média não mudou significativamente (...) e parece flutuar em torno de uma tendência horizontal", ou seja, apresenta estagnação.

O alto rendimento dos países asiáticos se explica pela ênfase na Educação Infantil






De acordo com o relatório do Pisa 2019, apenas 2% dos estudantes brasileiros alcançou o nível de proficiência em pelo menos uma das competências avaliadas. A condição socioeconômica dos participantes é uma variável com muito peso no baico desempenho. Além disso, verificou-se que o rendimento dos alunos depende muito da escola em que está matriculado, o que acentua a desigualdade do sistema educacional do país.


As meninas superam os meninos em 26 pontos em Leitura, mas foram superadas por eles em 9 pontos em Matemática. Em Ciências, houve empate. Entre os melhores em Ciências e Matemática, um a cada três meninos e uma a cada cinco meninas esperam trabalhar como engenheiro ou profissional de exatas aos 30 anos.


Para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, o problema se originou na política de educação dos últimos 16 anos. "Estamos estagnados desde 2009, porque o formato que estávamos fazendo é ruim. Este governo não tem nada a ver com isso, coloquem isso no jornal", afirmou. "É integralmente culpa do PT... Quer ensinar sexualidade e não quer ensinar a ler e escrever", criticou.

Edvaldo Fernandes da Silva

Doutor em Sociologia, Mestre em Ciência Política, jornalista, advogado, professor de Educação Básica (1991-1996), professor universitário e cofundador da Rede Pedagógica.


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