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Foto do escritorEdvaldo Fernandes da Silva

Há estratégias para o Letramento Matemático?

Letramento matemático? Qual a relação entre matemática e letramento? Em oportunidade anterior conversamos a respeito da alfabetização e letramento. Naquela ocasião discorremos sobre a possibilidade de pessoa alfabetizada não ser, necessariamente, um indivíduo letrado. Isso em virtude de o letramento ir além da alfabetização. Ele é o processo de significação da escrita e leitura, inserido em um contexto sócio histórico, dialético e concreto em relação às vivências do educando. E como essa concepção se conecta com a matemática?


De acordo com Fonseca (2004) as habilidades matemáticas, constituintes das estratégias de leitura, precisam ser implementadas de modo a favorecer a compreensão da diversidade de textos apresentados na vida social. Desse modo, o processo de ensino-aprendizagem matemático precisa de articulação com o sentido social da ciência, de sua aplicação prática - inserida na realidade dos aprendizes. É necessário ler, interpretar os problemas matemáticos, associá-los a questões práticas para, então, resolvê-los de maneira efetiva.



O mesmo autor define habilidades matemáticas como a capacidade de mobilização de conhecimentos, na realização de tarefas, tendo como referência situações com as quais a população se depara frequentemente, promovendo desenvolvimento de estratégias e culturas matemáticas que possam contribuir com a leitura de mundo. E quais técnicas podem ser utilizadas no intuito de proporcionar o letramento matemático?

1 – Estimule a aprendizagem ativa. Favoreça a interação entre educando, mobilize-os a testar hipóteses. Distribua a turma em pequenos grupos e inicie as atividades por meio de avaliação diagnóstica – identificando os conhecimentos prévios a respeito do tema;

2- Não apresente fórmulas prontas, não faça o raciocínio matemático antecipado. Parta do contexto dos alunos. Utilize exemplos concretos e apresentados pelos próprios discentes;

3 – Valorize e apresente diversos caminhos para se chegar ao mesmo destino;

4 – Parta do pressuposto de a resolução de problema matemático ser uma consequência da compreensão de sua redação. Desse modo, diversifique a comunicação. Utilize a linguagem verbal (escrita e falada), assim como a não verbal (desenhos, tabelas, gráficos). Associado a isso, oportunize momentos individuais e coletivos de leitura e interpretação;

5 – Retroalimente a mediação no processo. Formalize momentos de devolutivas dos estudantes a respeito do que e como se sentiram e aprenderam a partir dos espaços de aprendizagem.



Considerando o apresentado, o letramento matemático constitui competência essencial diante da complexidade da atualidade. Nesse sentido, como educadores, é imperativo nosso engajamento no intuito de promovê-lo em nossa prática docente. A matemática não pode ser vista como algo intransponível, mas sim como recurso de interpretação do mundo e resolução de problemas apresentados por ele cotidianamente.


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Referência

FONSECA, M. C. F. R. A educação matemática e a ampliação das demandas de leitura e escrita da população brasileira. In: FONSECA, M. C. F. R. [org.]. Letramento no Brasil: habilidades matemáticas. São Paulo: Global, 2004


Glauber Marinho

Pedagogo, graduado pela Universidade de Brasília (2006). Especialista em Docência Superior e Gestão de Pessoas. Analista Judiciário – Pedagogia do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. Possui experiência em Educação não–formal (Treinamento, desenvolvimento e educação em Escola Judicial, Assessoramento a magistrados nas temáticas: drogas, audiências de custódia e guarda). Formador certificado pela Escola Nacional de Formação de Magistrados. Professor e tutor em cursos preparatórios para concursos desde 2008.

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