top of page
Foto do escritorEdvaldo Fernandes da Silva

Eu estou de partida, mas antes eu precisava falar com você...

Reflexões sobre educação híbrida, tecnologias e eu nem sei mais sobre tudo o quê (rs)

A realidade atual nos apresenta a necessidade de repensarmos os modelos educacionais, as metodologias, a própria Educação em si.


Momentos de grandes reflexões e mudanças nos deixam desconfortáveis, na maioria das vezes, mas são excelentes oportunidades para reavaliarmos a nossa prática profissional e até mesmo a nossa vida, em especial a qualidade associada a ela.


Os processos educativos já deveriam possuir em si próprios a prontidão para a inovação, acompanhando o desenvolvimento da sociedade, do próprio ser humano, mas infelizmente o que a Educação tem de novo ela tem de velho; enquanto ela pode nos levar a grandes transformações, ela também se apresenta como um grande empecilho.


Infelizmente, é também no meio educacional que criamos concepções e ideias, algumas muito fortes, a respeito do que é válido e do que não é válido em termos educacionais. E não só apenas concebemos essas ideias como nos apegamos a elas.


Os momentos de transição causam algumas (ou muitas) dores e preocupações. Todas elas são legítimas, precisam ser expressas e consideradas, mas não podem tornar-se obstáculos intransponíveis.


No atual contexto mundial, nos vimos em uma situação nunca antes experenciada pelas pessoas: a necessidade do distanciamento social para a preservação da vida.


Puxa, é uma pena! Levamos tantos milhões de anos para aprender que precisamos do outro para ser, fazer, conviver, até para aprender mesmo... Como realizar a Educação em que acreditamos sem comungarmos, o tempo todo, dos mesmos espaços físicos? E o abraço? (A gente já não praticava tanto, mas agora estamos sentindo falta). O que será de nós nesse mundo louco?

Se sempre trabalhamos numa perspectiva de que a escola é o espaço necessário e apropriado para a socialização, como a escola continuará existindo em situações como essa? Estaremos preparados?


Bem, mesmo que isso nunca mais venha a acontecer, podem nos ocorrer situações diferentes dessa que nos apresentem as mesmas dificuldades (ou piores).


A verdade é que a nossa Educação já não é a mesma e mais do que resgatarmos a sua credibilidade (porque, sim, perdemos muita nesse momento), precisamos nos empenhar no que ela pode vir a ser.


Na pandemia que assola o mundo, o sistema educacional e as escolas estão sendo testados, criticados, colocados até à prova da sua própria existência. Muitas instituições escolares e educativas, projetos, deixaram e deixarão de existir por questões financeiras, mas principalmente pela falta de adaptabilidade na velocidade em que esta é requerida.


Independente dos motivos que nos fizeram sair do status quo em que nos encontrávamos, a bem da verdade é que a Educação já necessitava de uma grande evolução (revolução que se fala, né?) no que diz respeito à apropriação de novas e, cada vez mais novas, tecnologias.


Agora não adianta, e nem convém, voltarmos àqueles velhos diálogos que demonizavam a Educação a Distância, que evidenciavam o que a tecnologia traz de pior em si: os males psíquicos, o distanciamento entre as pessoas, e outras coisas mais.


Ah! É verdade! E agora? Porque sempre colocamos a culpa do distanciamento entre as pessoas na tecnologia. Seremos incoerentes?

Não há como voltar atrás e isso é ótimo. Não somos os mesmos. Não poderíamos sê-los também.


Sabemos que certamente a situação possui desafios, mas são muitas as vantagens associadas às atuais condições e a principal delas é a obrigatoriedade que temos de repensarmos e modelarmos as nossas concepções a respeito da Educação e, principalmente, dos processos de aprendizagem.


A bem da verdade é que nós adiamos essa discussão o quanto pudemos. Não estávamos dispostos a conviver com a tecnologia associada à Educação enquanto ainda dispúnhamos de recursos mínimos necessários a fazê-la de uma outra maneira (ou pelo menos pensávamos que poderíamos). De certa forma, pirraçamos um pouco e agora precisamos parar com isso.


Também não cabe à nossa discussão os modelos tradicionais de sala de aula e a centralidade no professor porque esse protagonismo docente não existe mais e, se existe, não deveria. Já avançamos nesse ponto. (Ou não?)


Enquanto educadores, a atual situação deve servir de estímulo para a nossa transformação profissional ou, mais ainda, pessoal.


Já não precisamos há muito tempo de “professores”, de profissionais que “deem aulas”, que corrijam provas, por exemplo. O professor (se ainda lhe for permitido continuar usando essa mesma denominação) precisa ser muito mais que isso, ir muito mais além. (Até mais um pouco adiante depois disso).


Chamar o professor de mediador pode parecer até um rebaixamento, mexer com a nossa autoestima. “Como assim? Os alunos não precisam mais de mim? Vou perder o meu emprego? Deveria eu ter escolhido outra profissão mais importante?”

Muito pelo contrário. Não há transformação de pessoas sem o envolvimento de pessoas que estejam à frente do processo. E para estar à frente do processo é preciso estar à frente do próprio tempo, senão não faria sentido essa “liderança”.


O título que você vai carregar, professor, pouco importa. Educador, mediador, facilitador... (Essa conversa causa muita dor, não é?)


Não importa aqui o que somos, mas como atuamos nesse novo mundo, “novo normal”. O sujeito da aprendizagem está no centro, é o nosso aluno, ou, melhor dizendo, somos todos nós.

O professor também precisará estar no centro do seu processo, ser aprendiz, de novo e sempre. Sem precisar começar de novo, é claro, partindo de seus conhecimentos e experiências já realizados para um novo patamar: o patamar de um novo conhecimento, de uma nova sociedade, de um novo mundo que não está pronto, ainda está em processo de construção.


Nem sabemos para onde ir porque aonde queremos chegar ainda não existe. Só sabemos que já não estamos mais no mesmo lugar.


Temos duas opções: ficar aqui enquanto esse “aqui” existir ou partirmos juntos nessa jornada. (Não sei você, mas eu estou empolgada!)


Você está pronto para partir?

Revise sua bagagem porque muito do que você quer levar e pensa que vai precisar, pode ficar aqui.


Convido você, educador, a inscrever-se na IV Semana Rede Pedagógica – Educação Digital. Uma formação 100% online e gratuita com certificação de 120h onde poderemos não apenas discutir o que nos ocorre, mas principalmente construirmos um plano de ação, um plano de partida para esse novo mundo, para esse novo modelo educacional que eu não sei como será, como disse o professor Celso Antunes, mas eu sei que será como nós o fizermos.



Espero você!


Erika Radespiel

Diretora Pedagógica da Rede

Graduada em Administração de Empresas pelo Centro Universitário de Brasília (2007). Graduada em Pedagogia pela Universidade de Brasília (2013). Pós Graduada em Educação pela Faculdade Pitágoras (2014). Escritora de materiais pedagógicos para Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Consultora pedagógica da Rede. Educadora ambiental responsável pela elaboração e desenvolvimento de Programas e Projetos de Educação Ambiental na Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal – Caesb.

3 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page