A agência Centros de Controle e Prevenção de Doenças (em inglês: Centers for Disease Control and Prevention-CDC), vinculada ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (EUA) - equivalente ao Ministério da Saúde no Brasil, e Academia Americana de Pedriatria (AAP) emitiram alertas contra o uso de máscaras anti-Covid em crianças com menos de anos de idade, devido ao risco de sufocamento.
Como as vias respiratórias de bebês e crianças pequenas são mais estreitas, a possibilidade de obstrução é elevada demais para justificar o uso de máscaras, cuja efetividade, até mesmo entre adultos, é controvertida entre especialistas.
"É importante que qualquer pessoa ao usar a máscara não toque o próprio rosto, porque do contrário o seu uso trará mais desvantagens que benefícios", explicou Rob Darzynkiewicz, chefe da equipe médica do hospital Hazel Health, em São Francisco, Califórnia (EUA).
"É importante lembrar as crianças a lavar as mãos antes e depois de colocar a máscara e não tocá-la ou ajustá-la durante o uso", explicou Darzynkiewicz. "Isso significa não tirar a máscara para conversar ou beber algumas coisa, até que se tenha lavado as mãos e esteja longe de outras pessoas.
Obviamente, o uso adequado de máscaras é protocolo muito difícil de ser cumprido até mesmo pro crianças acima de 2 anos, basta ver a dificuldade que enfrentam com chinelo, óculos, luvas e outros aparatos. A máscara, inclusive, pode levar os infantes a tocar o rosto mais vezes, o que aumenta o risco de contágio.
É há mais riscos a serem controlados, como explica a diretora de gerenciamento de emergências do Hospital Infantil de Seattle, Washington (USA): "Se a máscara contém partes pequenas que possam se soltar, ela pode causar risco de asfixia", adverte. Para ela, o que preocupa mais não é a máscara em si, mas sair de casa com os pequenos, já que exploram o mundo, tocando e lambendo tudo o que encontram pela frente.
Por isso, além a proteção de gente pequena contra o novo coronavírus envolve cuidados especiais, que vamos sintetizar em 10 recomendações:
1) não utilize máscara em crianças abaixo de quatro anos ou que não consigam deixar de manuseá-la durante o uso;
2) evite que os pequenos em isolamento social tenham contato com pessoas que tenham transitado em lugares públicos, especialmente antes que elas tomem banho e higienizem as mãos com álcool e sabão;
3) se por absoluta necessidade tiver que sair de casa com uma criança, nunca a deixe a menos de dois metros de distância das outras pessoas, sendo que as crianças que conseguem cumprir os protocolos de utilização adequada da máscara devem utilizar essa proteção;
4) quando for o caso de introduzi-las, cuidado para não colocar máscara em tamanho incompatível com a criança;
5) para aumentar o engajamento dos pequenos que já conseguem utilizá-las, prefira modelos decorados, coloridos, ajustados às preferências deles;
6) no caso de crianças com vulnerabilidade imunológica severa, com deficiências cognitivas ou com problemas respiratórios graves, é possível que seja necessária a utilização de máscaras especiais tanto pelos pequenos, quanto pelos adultos que se aproximem dela, conforme orientações médicas específicas;
7) consulte um médico ou uma médica especialista para orientar a utilização de máscara em crianças e em adultos em convívio ou em contato com elas para orientações mais particulares e precisas.
Estudos têm demonstrado maior resiliência das crianças em relação à Covid-19, o que de certa forma aumenta os riscos de transmissão do novo coronavírus delas para outras pessoas, especialmente os idosos, já que a falta de sintomas tende a reduzir o nível de precauções. O melhor a fazer, para proteção recíproca, é evitar o contato entre crianças e pessoas idosas.
As pesquisas para desenvolvimento de uma vacina que possa garantir imunidade ao novo coronavírus têm avançado rapidamente. Não demora muito mais, e a vida estará normalizada. Até lá, cuidemos o máximo que pudemos uns dos outros! E lembre-se: não utilize máscaras em bebê e em crianças pequenas.
Edvaldo Fernandes da Silva
Pós-Doutorando em Ciência Política, Doutor em Sociologia, Mestre em Ciência Política, jornalista, advogado, professor de Educação Básica (1991-1996), professor universitário e cofundador da Rede Pedagógica.
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