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Foto do escritorEdvaldo Fernandes da Silva

Três estratégias para engajar as famílias nas ações da escola

Atualizado: 25 de set. de 2019



A parceria entre família e escola é fundamental para o sucesso da Educação das crianças. É nessas duas instâncias, no seio da família e no ambiente escolar, que acontece a maior parte do processo de formação dos pequenos. Essas duas engrenagens precisam estar bem sincronizadas. Caso operam em sentidos contraditórios, a escolarização será um fracasso.


É inevitável. A crise familiar prejudica o desenvolvimento escolar da criança. Brigas constantes entre os pais, alcoolismo, desemprego, separação e abandono são problemas curriqueiros na vida dos pequenos, que não têm ainda estrutura para sofrer esses tipos de pressão. Quando o infante fica mais disperso, perde rendimento escolar e se mostra mais triste e irritado, é provável que o problema tenha raiz em desajustes no ambiente doméstico.

Observamos, em nossa experiência, que os problemas familiares assolam mais as crianças mais vulneráveis, de famílias de baixa renda, que moram na periferia ou em comunidades. Esses pequenos, portanto, têm maior necessidade de apoio multidisciplinar especializado, mas, em geral, estudam em escolas com menos estrutura.


O professor não pode compensar a falta de infraestrutura e de apoio especializado por parte da escola. Contudo, não pode também ficar indiferente às fragilidades de seus alunos. É preciso investir na formação transversal do docente, para que tenha condições de identificar e prestar os primeiros socorros às crianças em crise familiar.



As famílias de menor poder aquisitivo, devido à tendência de maior absorção pelo trabalho, à necessidade de envolvimento com atividades para complementar a renda e à menor qualificação, tem menos condições de fazer o acompanhamento escolar adequado da criança.


A escola não pode fazer muito coisa diante desses problemas macroestruturais, mas precisa compreender bem o contexto de cada infante para não exigir dele aquilo que não pode oferecer.


É preciso formar uma rede de apoio recíproco entre família e escola para proteção das crianças. Aqui vão cinco dicas de atividades para ajudar nessa integração:


1. Reunião de pais ao menos três vezes ao ano. A escola precisa trazer a família para conhecer, influenciar e protagonizar o processo educacional dos filhos. Na primeira reunião, faz-se fundamentalmente uma apresentação da proposta, do plano de ensino e dos professores e demais profissionais que vão trabalhar com a criança. Na segunda reunião, faz-se uma avaliação parcial do rendimento da escola e do aluno e se discutem formas de aprimoramento do processo educacional. Na última, indica-se proceder, junto com os pais e alunos, um balanço geral do ano letivo. A cada reunião o staff da escola deve promover uma conversa geral, bem objetiva e dinâmica, com todas as famílias, e para uma conversa particular, só com o pai, a mãe e o filho, para se debaterem questões particulares de cada aluno. Podem-se propor também, além da reunião inaugural, uma após cada estágio avaliativo. O importante é que a escola não perca contato com a família e vice-versa.


2. Eventos culturais, pedagógicos e sociais com as famílias. Especialmente em datas comemorativas, como o Dia das Mães, o Dia dos Pais e o Dia das Crianças, as famílias podem ser convidadas a participar de atividades que proporcionem a socialização e um vislumbre sobre o trabalho desenvolvido pela escola. Os pequenos podem fazer apresentações para homenagear seus familiares e professores. A escola pode organizar barraquinhas com comidinhas típicas ou até mesmo um acampamento ou uma excursão familiar. Uma proposta que funciona bem também é trazer os pais e mães para falarem de suas profissões ou de sua própria escolarização. Não pode faltar na escola a festinha de formatura ao final de cada estágio de formação escolar. Em todos esses eventos, devem-se fazer registros em fotos e vídeos, até para compartilhamento com familiares mais distantes.

3. Socialização entre famílias. A escola pode incentivar que as amizades que se formam entre as crianças possam se expandir e envolver as respectivas famílias. Além disso, em vez de apenas trazer as famílias para o ambiente escolar, a escola também pode ir até o espaço das famílias. Uma grande oportunidade para essa integração mais ampla da comunidade escolar são as festinhas de aniversário. A presença da professora e dos coleguinhas nessa celebração são o maior presente que se pode dar a uma criança. As amizades que vão se formando entre as crianças podem gerar resultados muito gratificantes, como, por exemplo, o transporte solidário. Duas ou mais famílias podem se revezar no transporte dos pequenos entre casa e escola. Quem já teve essa experiência sabe que as crianças se divertem e se interagem muito nesse trajeto.


Você tem experiência com estratégias para integração família-escola? Compartilhe em comentários!






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